Musk faz novas declarações a favor da extrema-direita europeia mas retira apoio a Farage

O bilionário Elon Musk, sul-africano naturalizado norte-americano, retirou hoje o apoio a Nigel Farage,

dizendo que o partido de extrema-direita britânico Reform UK precisa de outro líder, depois de ter pedido a libertação do radical Tommy Robinson.

“O partido reformista precisa de um novo líder. Farage não tem o que é preciso”,

escreveu Elon Musk – que tem sido acusado de interferir na política europeia, na rede social X, da qual é proprietário – sobre Nigel Farage, o ícone do Brexit e líder do partido anti-imigração Reform UK.

O bilionário multiplicou nos últimos dias comentários sobre a política britânica, atacou o Governo do trabalhista Keir Starmer e pediu a libertação do ativista de extrema-direita Tommy Robinson, fundador de um movimento anti-imigração e antimuçulmano.

Farage disse recentemente que estava em “negociações” sobre o financiamento do seu partido, após um encontro com o também dono da Tesla em Mar-a-Lago, na Florida, residência do Presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, de quem Musk é próximo.

Hoje, respondendo aos comentários a seu respeito feitos por Musk, Farage afirmou que são “uma surpresa” e que, embora considere “Elon uma pessoa notável”, não concorda com ele.

“Continuo a pensar que Tommy Robinson não é bom para o Reform UK e nunca desisto dos meus princípios”, acrescentou o líder partidário, que sempre manteve distância da linha mais radical de Robinson.

Tommy Robinson, várias vezes detido, foi condenado no final de outubro a 18 meses de prisão por violar uma ordem judicial de 2021 que o proibia de repetir comentários difamatórios sobre um refugiado sírio.

Nas eleições gerais de julho, ganhas pelo Partido Trabalhista de Keir Starmer após 14 anos de governos conservadores, o Reform obteve cerca de 14% dos votos e entrou no Parlamento com cinco assentos.

As declarações de apoio de Elon Musk à extrema-direita europeia têm-se repetido e levaram hoje o ministro dos Negócios Estrangeiros francês, Jean-Noël Barrot, a defender que o partido de Donald Trump terá de “assumir” as palavras do multimilionário se esse apoio for real.

Elon Musk, embora tenha ele próprio emigrado, amplificou a retórica anti-imigração de Donald Trump na campanha presidencial norte-americana, defendeu novas eleições no Reino Unido, apoiou o partido de extrema-direita alemão AfD e mostrou o seu entusiasmo pela chefia do Governo italiano por Giorgia Meloni, a líder mais à direita no país desde 1945.

“Ou é um exercício de comunicação que perturba um processo eleitoral, especialmente na Alemanha, e isso é muito lamentável, ou é uma escolha assumida, especialmente em relação à AfD, que é um partido de ultra direita que ‘flirta’ com ideias neonazis. E então, o Partido Republicano […] terá de assumir que liga o seu destino ao de um partido que representa tudo o que o Partido Republicano sempre combateu”, comentou o chefe da diplomacia francesa.

Musk, de 53 anos, que Trump encarregou de reduzir os gastos públicos, tem mais de 200 milhões de assinantes na sua rede X.

A este respeito, Jean-Noël Barrot denunciou o papel crescente das redes sociais no debate político internacional, alertando que “a democracia é um tesouro frágil”.

“Não podemos aceitar […] que o debate eleitoral seja transferido para plataformas de media social cujas regras são definidas por bilionários americanos ou chineses e que são instrumentalizadas pelos inimigos da democracia para nos enfraquecer”, defendeu, acrescentando que a Comissão Europeia já adotou medidas importantes contra a desinformação disseminada nestas plataformas e que espera que sejam aplicadas.

No caso da Alemanha, Elon Musk apelidou em diferentes momentos o chanceler Olaf Scholz de “louco” e de “imbecil e incompetente”, tendo atacado também o Presidente alemão, Frank- Walter Steinmeier, chamando-o de “tirano”.

A pouco mais de um mês para as eleições legislativas alemãs antecipadas, no final de fevereiro, o jornal Welt publicou um artigo em que Musk defende que a Alternativa para a Alemanha (AfD) é “o último vislumbre de esperança” para o país.

Isto levou o Governo alemão a acusar o empresário de tentar influenciar o sufrágio, com o seu apoio a um partido de extrema-direita.

O embaraço na Alemanha é proporcional à crescente influência que o multibilionário parece ter no futuro mandato de Donald Trump, já que assumirá a chefia do Departamento de Eficiência Governamental na nova administração norte-americana.

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